segunda-feira, 9 de março de 2009








I don't think I can live in this doubt anymore..





Foto de Lucia Letra

sábado, 7 de março de 2009

Fotodependente


Foto de Joao Silva
Vim caminhar. Sem destino. Só eu, os meus pensamentos e a menina da rádio no meu ouvido. Ás vezes preciso duns momentos comigo, para pensar, como toda a gente. Aliás, como as pessoas que de facto pensam em alguma coisa que valha a pena. Sim, porque tenho vindo a chegar à conclusão que algumas pessoas não pensam.. nem vivem.. apenas existem, como aquela bacteriazinha do "Spore", que só come. É uma vida difícil, mas alguém tinha que a desperdiçar e só pensar em futilidades não é?
Óptimo, começou uma música que só me dá vontade de dançar. Bem disposta, elevo o rosto em direcção ao sol. Uuuhm... adoooro esta sensação quente nas bochechas, a brisa, respirar fundo.. dá-me um conforto inigualável! Sorrio, com a ideia de que sou fotodependente e sigo o meu caminho. Encontro várias pessoas, que seguramente tiveram a mesma ideia que eu. O clube dos fotodependentes anónimos. Dá-me vontade de rir. Os meus ténis praticamente não fazem barulho ao tocar o chão, e sinto-me leve. Assola-me não sei a que propósito a ideia de que as pessoas que mentem se sentem pesadas. Mas ficam com remorsos de terem mentido ou só quando a mentira é descoberta? Se for descoberta, claro. Se nunca for descoberta, isso não faz dela uma mentira? Bah.. eu acho que uma mentira é uma mentira e acabou. E detesto. Claro que há mentiras necessárias, mas inofensivas, como aquelas que já todos contámos aos nossos pais naquele dia que fomos sair a noite e pronto. Mas se uma pessoa mentir muitas vezes, vai chegar o ponto em que ninguém já vai acreditar.. e quando se estiver mesmo dizer a verdade? E quando se mente tanto que se acaba por desiludir quem sempre deu o benefício da dúvida? Pior que a raiva, de alguém ter vontade de nos bater se pudesse, é quando alguém importante para nós fica desiludido connosco. É uma sensação terrível. Parece que tínhamos tudo, e agora puff.. vazio. Eeeiii, está aqui um cão que mais parece um cavalo a saltar-me à volta.. que é que tu queres han? Com estes dentes gigantes ainda fico sem uma mão. Uff, lá vem um rapaz buscá-lo! "Oh.. não faz mal.. é muito simpático! Como se chama?" pronto.. eis um exemplo duma mentira necessária. Sorrio e continuo. Eia mas uma mentira é quase um compromisso, implica que contemos mil pa manter a primeira. Se tivesse que fazer uma festa ao cão, tinha de inventar outra coisa qualquer para não ficar sem dedinhos. Não gosto muito desta conversa das mentiras, é uma coisa que me deixa doente, bah. Aliás, pergunto-me muitas vezes como se consegue contar uma grande mentira olhando nos olhos de uma pessoa de quem gostamos e que sabemos que dá tudo por nós. Nem quero imaginar o remorso, e depois viver com isso todos os dias.. uh.. adormecer a pensar que se tem uma coisa entalada ali.. que horror. E a mentira traz sempre uma foicezinha muito afiada, que ceifa a confiança rentinho! Antes errar e admitir, do que mentir, porque as mentiras têm sempre consequências muito piores, definitivamente.. Podemos sempre tentar corrigir um erro, admitindo-o. A partir do momento que mentimos sao dois erros. Isto hoje está mesmo concorrido, já está aqui imensa gente. Mas agora o sol foi embora, e eu vou também. Enquanto balanço as chaves e atraio mais dois caes, pouco maiores do que o meu porta chaves, daqueles que se chamam Fifi, ou Teté, ou Cricri, apercebo-me de algo: